Transporte

O transporte está entre os principais problemas das cidades brasileiras. Nas cidades pequenas sofrem com uma carência quase total do transporte público. Já nas grandes cidades, além do transporte publico ineficiente, sofremos com grandes congestionamentos.

Esses deslocamentos consomem grande parte do tempo da vida dos trabalhadores e do povo pobre. Muitos gastam uma parte importante de seu salário e três a quatro horas do dia com o deslocamento casa-trabalho. Já para os ricos a coisa é diferente: os ricos não precisam se preocupar com o trânsito, pois voam de helicóptero. Como são eles que governam, a situação do trânsito não muda.

No Brasil, diferentemente de países vários outros países pelo mundo, se prioriza o transporte individual sobre o coletivo e o rodoviário sobre o metro- ferroviário (de alta capacidade).

O transporte rodoviário além de ser muito mais caro traz impactos muito mais negativos para a população. Os congestionamentos das dez maiores cidades provocam um prejuízo de R$ 460 bilhões (1,3% do PIB do Brasil), valor que, investido nos transportes públicos, resolveria o problema dos transportes nas grandes cidades brasileiras.

Isso não é feito porque os governantes estão mais interessados em ajudar as grandes montadoras de automóveis e as grandes empreiteiras ao invés de solucionar o problema para a população. Quando você estiver sofrendo, feito um sanduíche dentro de um ônibus, trem ou metrô, lembre que isso acontece com você e com milhares de outros trabalhadores, mas não ocorrem com o prefeito, vereadores e os donos das grandes empresas da cidade.

A Constituição Federal de 1988 define transporte como serviço público essencial, equiparado aos de Saúde e Educação. Na década de 1970, os investimentos em transportes no Brasil alcançaram 1,5% do PIB. No governo de FHC se gastou 0,3%, mesmo índice dos dois mandatos do governo Lula. Desta forma, se chegou ao colapso dos transportes no Brasil, especialmente o transporte urbano de passageiros. Em São Paulo temos o retrato do que se passa. Se não mudarmos a lógica do transporte a cidade vai parar literalmente. Temos 34% da população indo a pé para o trabalho por causa do preço exorbitante das passagens. Temos no metrô e trem uma das tarifas mais caras do mundo (R$ 3,00), o mesmo acontece com o valor do ônibus. Quem consegue pagar a viagem de ônibus, metrô e trem sofre com a superlotação desses sistemas, e os que utilizam carro não conseguem andar devido aos congestionamentos.

A falta de investimento no transporte de alta capacidade, metrô e trem, é um fato mascarado pelos governos. A média de 1,2km de ampliação do metrô nos últimos 15 anos de governo tucano demonstra que esse tipo de transporte não é prioritário. Nessa velocidade demoraríamos 120 anos para triplicar a malha que já é necessário para hoje.

A privatização do setor acarreta ainda mais problemas para a população. O metrô no Rio de Janeiro custa R$ 3,20 sendo todo privatizado. Em São Paulo a tarifa é de R$ 3,00 tendo parte privada e parte estatal. Já em Recife, que é todo estatal, a tarifa é de R$ 1,60.

O aumento de tarifa causa uma piora na qualidade, pois quanto mais lotado o transporte mais aumenta o lucro. O metrô de São Paulo, para aumentar o lucro da linha 4, privada, diminuiu em 20% o investimento em manutenção para repassar dinheiro ao setor privado.

Veja as principais medida para retirar a população trabalhadora do sufoco:

  • Estatizar toda a rede de transporte, incluindo metrô e ônibus, para poder planificar o transporte e baratear as passagens.
  • Investir 2% do PIB para o transporte público estatal e de qualidade.
  • Com esse investimento, triplicar a rede de metrô público estatal da cidade de São Paulo; modernizar a CPTM (empresa estatal de trens) para o padrão metrô estatal; expandir os corredores exclusivos de ônibus em 190 km e elevá-los para o padrão BRT.
  • Tarifa do transporte público de R$ 1,00 por dia. O bilhete poderá ser usado em qualquer meio de transporte, quantas vezes for necessário nesse dia.

Para executar esse plano é necessário aproximadamente R$ 25 bilhões. Só com os R$ 10 bilhões gastos com a terceirização de serviços, em 2011, na prefeitura, já se poderia garantir esse investimento em menos de três dois anos.

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