Violência

Um programa radical contra a violência não é o aumento da repressão policial, mas o combate radical contra as causas da violência. É preciso um programa que se inicie com outra política econômica que atenda aos interesses dos trabalhadores. Que garanta salário digno, moradia decente e acesso à saúde e à educação públicas de qualidade para o povo pobre da periferia das grandes cidades.

É necessário encarar o fracasso da política atual de repressão às drogas. A experiência comprovou que não apostar na repressão só amplia a corrupção na polícia e os lucros dos traficantes com o aumento do preço das drogas. Onde existe demanda vai existir produção. Para acabar com o submundo do narcotráfico é preciso ter a coragem de descriminalizar as drogas. O dinheiro usado hoje na repressão infrutífera deve ser deslocado para campanhas de esclarecimento sobre drogas e para o atendimento aos dependentes.

Também é urgente enfrentar a corrupção, os desmandos e a violência das polícias. Não achamos que isso possa ser resolvido com pequenas reformas. Defendemos o fim das polícias atuais e sua substituição por uma nova polícia.

É preciso unificar as polícias e a Guarda Municipal em uma única polícia civil que defenda os interesses dos pobres e dos bairros da periferia. Com uma estrutura interna democrática e eleição dos superiores. Com direito a sindicalização e de realizar greves em defesa de suas reivindicações. Com salários dignos, condições de trabalho como as do restante do funcionalismo público, e capacitação profissional para investigação. Além de investir em tecnologia e apostar no mapeamento da criminalidade e em políticas específicas de combate ao crime. Os delegados, promotores e juízes devem ser eleitos pela comunidade.

Não se pode prender somente os pequenos ladrões. É preciso prender e confiscar os bens dos grandes ladrões, os corruptos de colarinho branco.

Por último, é preciso incorporar as comunidades no combate à violência. Defendemos a formação de grupos comunitários encarregados de controlar e trabalhar com policiais nos bairros, formados pela classe trabalhadora e voluntários para combater a violência e a criminalidade.

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